O Ceará encerrou o ano de 2010 com crescimento de 7,9% do Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado, totalizando R$ 74,94 bilhões, o que representa um crescimento de R$ 10 bilhões na comparação com o ano de 2009. Mais uma vez, o crescimento do PIB cearense superou a média nacional, que foi de 7,5%. As informações são do estudo “Estimativa do PIB cearense em 2010 e seu desempenho setorial”, divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
De acordo com a coordenadora das Contas Regionais do Ipece, Eloísa Beserra, a expansão do PIB cearense foi significativa, mostrando um bom resultado pós-crise econômica e mantendo a tendência de crescimento acima da média nacional. “O resultado foi bom, obtido principalmente pelo desempenho dos setores da Indústria e de Serviços. O crescimento poderia ter sido ainda maior, atingindo 8,4%, se a Agropecuária não tivesse apresentado resultado negativo, devido à ocorrência de chuvas irregulares nas zonas produtoras”, explica.
INDÚSTRIA TEM MAIOR CRESCIMENTO
O estudo do Ipece mostra que, em 2010, a Indústria foi o setor que mais cresceu, com expansão de 9,7%, índice semelhante à média do Brasil (10,1%). Em seguida, aparece o setor de Serviços, com crescimento de 7,5%, taxa superior à registrada pelo País no período (5,4%). Por outro lado, a Agropecuária cearense apresentou queda de 8,1%, contra um crescimento de 6,5% no País.
Para o coordenador da Unidade de Pesquisas do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (Indi), Pedro Jorge Ramos Viana, o crescimento de 9,7% alcançado pela Indústria do Ceará é considerado excelente. “O desempenho do setor está dentro do que esperávamos e apresentou um crescimento maior que os índices registrados antes da crise econômica, que eram torno de 8,5%. Analisando os dados do Estado nos trimestres anteriores, acreditávamos, inclusive, que essa expansão poderia ser ainda maior, superando a média nacional, que foi de 10,1%”, avalia.
ATIVIDADES
Na comparação entre as atividades, apenas a Extrativa Mineral apresentou resultado negativo (-16,1%) em relação ao ano de 2009. As demais atividades registraram crescimentos significativos: Construção Civil (14,5%), Comércio (13,8%), Eletricidade, Gás e Água (13,4%), Aluguéis (7,6%), Alojamento e Alimentação (7,5%), Outros Serviços (7,2%), Intermediação Financeira (7%) e Transformação (6,9%).
PARTICIPAÇÃO NO PIB NACIONAL
O bom desempenho da economia cearense nos últimos anos vem contribuindo para aumentar, de forma continuada, a participação do Estado no PIB nacional. Em 2007, a participação do Ceará era de apenas 1,89%. No ano passado, essa participação subiu para 2,04%. “Isso significa que estamos nos apoderando mais da riqueza nacional. Hoje, a nossa participação em termos de população é de 4% do total do Brasil, mas só temos 2% de participação no PIB nacional. O ideal seria que tivéssemos pelo menos o mesmo índice de participação para a população e para o PIB”, afirma Eloísa Beserra.
O documento divulgado pelo Ipece destaca ainda que, “com o crescimento da participação do Ceará no PIB nacional, o Estado apresenta condições favoráveis para crescer com melhorias significativas nos indicadores sociais, o que pode ser alcançado caso esse crescimento se mantenha acompanhado de redução da desigualdade, beneficiando, dessa forma, as camadas da população de baixa renda”. No entanto, a coordenadora das Contas Regionais do Ipece afirma que ainda não há uma previsão sobre quando o Ceará alcançará o mesmo índice de participação no PIB nacional que possui para a participação populacional.
EXPECTATIVA PARA 2011
Com relação à previsão de crescimento para 2011, Eloísa Beserra informa que o Ipece ainda não possui um número oficial, pois está aguardando o comportamento do setor da Agropecuária. A expectativa é que a previsão de crescimento do PIB cearense para 2011 seja divulgada somente em junho, após a análise dos primeiros meses do ano. “Estamos esperando para ver como a Agropecuária irá se comportar no início do ano, pois seu desempenho afeta o resultado do PIB, uma vez que ela sempre oscila muito fortemente, sendo ou muito positiva ou muito negativa. Contudo, como a última previsão para o crescimento do Brasil foi de 5,5%, acreditamos que nos manteremos acima dessa média”, afirma.
(Fonte: O Estado)
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