sábado, 14 de abril de 2012

ESTIAGEM NO CEARÁ



Quatro Municípios em estado de emergência




Quatro Municípios no Ceará já decretaram Situação de Emergência em decorrência do quadro de estiagem que vem castigando as regiões de Sertão Central, Inhamuns, Sertões de Crateús e Vale do Jaguaribe. Foram eles: Ibaretama, Capistrano, Quiterianópolis e Monsenhor Tabosa. A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), entretanto, pede cautela aos prefeitos por considerar a situação indefinida e por caracterizar a falta de chuva apenas como veranico.






O coordenador estadual da Cedec, coronel Hélcio Queiroz, mantém a esperança de ocorrência de chuvas ainda em abril, maio e junho próximos. "Precisamos ser cautelosos porque ainda estamos dentro da quadra invernosa. Estamos avaliando a situação, conversando com os gestores e neste mês de abril elaborando o nosso planejamento normal sobre possíveis ações de atendimento aos Municípios", justifica o coordenador.

Para o coronel Hélcio Queiroz, o quadro de estiagem ainda não se caracterizou no Estado do Ceará. "Temos regiões com índice de precipitação bem abaixo da média, mas precisamos esperar, até porque existem os programas sociais dos governos estadual e federal, e hoje em dia ninguém morre mais de fome por causa da seca", afirma.

De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a Zona de Convergência Intertropical, que é um dos principais fatores que favorecem a ocorrência de chuvas no Ceará, está afastada do Estado e permanece sobre a linha do Equador por interferência de um sistema climático denominado "Cavaco".







Esse sistema impede a formação de nuvens e, às vezes, pode se transformar em vórtice ciclônico de alto nível. "Esse sistema está agindo há mais de uma semana desde a Bahia, e provoca em seu interior uma área bastante seca, sem chuva", explicou o meteorologista Paulo José dos Santos. "O modelo mostra que o sistema deve enfraquecer a partir do próximo domingo e ocasionar chuvas localizadas na região Norte". José Paulo explicou que as precipitações isoladas devem-se a fatores locais.

O agricultor Manoel Ferreira de Sales, do Município de Tejuçuoca, fala da dificuldade que os trabalhadores rurais estão enfrentando na região. "A esperança se foi, morreu tudo no roçado", lamenta.

Em Tejuçuoca, a perda da safra já atinge uma média de 64%. Muitos agricultores já abandonaram os plantios, mas, para quem continua na roça, o sentimento é de força. É o caso do agricultor Gerardo Pinto da Silva, da localidade de Vertentes. "Só deixo o campo quando morrer. Aprendi a gostar de tudo isso com o incentivo de meu pai", lembra.

Sobrevoo







Durante 12 minutos, a reportagem do Diário do Nordeste sobrevoou as regiões de Tejuçuoca, Apuiarés, General Sampaio e parte de Itapajé. O que se viu foram plantações atrofiadas. Quase nada cresceu, a não ser a vegetação nativa que fica às margens dos roçados. O Prefeito de Tejuçuoca, Edilardo Eufrásio, já estuda umplano para minimizar a situação em sua cidade.

O percentual dos 138 açudes monitorados pela Companhia de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Cogerh) é de 70,07%. O diretor de operações do órgão, Ricardo Adeodato considera a situação confortável. "Houve pouca recarga, mas estamos monitorando os reservatórios", diz.

Mais informações

Defesa Civil do Estado -

Telefone: (85) 3101.4571

Funceme - (85) 3101.111

Cogerh - (85) 3218.7020



(Fonte: DN)

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