quinta-feira, 24 de setembro de 2009

REFINARIA NO CEARÁ

Cid minimiza atraso na usina


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Cid Gomes: "ao que me consta, o projeto (da refinaria) não foi alterado" (Foto: Gustavo Pellizon)
Sobre o projeto do estaleiro cearense, o governador do Estado reiterou que não vai falar do assunto agora

O governador do Ceará, Cid Ferreira Gomes (PSB), minimizou as declarações do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, de que o início das operações da refinaria Premium II, a ser instalada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, não estaria mais garantido para 2013. "Não vai ser um ano, dois anos (de atraso no projeto), para quem já esperou 40, que vai fazer com que a gente saia.

A gente tem que assegurar início e a transformação disto num empreendimento irreversível. Isso é que a gente tem que lutar no cotidiano", afirmou ele, em entrevista à imprensa, após evento de comemoração aos 90 anos do Centro Industrial do Ceará (CIC), na Federação das Indústrias do Estado (Fiec).

Cid Gomes ponderou que o próprio Sérgio Gabrielli teria informado, anteriormente, que apenas o projeto de engenharia da unidade de refino cearense demanda a participação de 300 a 400 engenheiros.

"Retardo razoável"

"É absolutamente razoável que um projeto desta complexidade possa ter um ano de retardo na sua conclusão", frisou o governador, destacando que, ao anunciar a Premium II, a estatal não tinha ainda o projeto de engenharia da unidade que vai produzir 300 mil barris/dia de derivados como diesel, cuja destinação será o mercado da Europa, pela localização estratégica no Porto do Pecém.

Reiterou que o compromisso da petrolífera é começar as obras do empreendimento em 2010. "Ao que me consta, o projeto de começar no ano que vem não foi alterado", disse.

Índios

Sobre a polêmica do terreno para a localização da refinaria, cuja área é reclamada por descendentes indígenas, o governador afirmou que a Fundação Nacional do Índio (Funai) deve apresentar um pré-estudo sobre as terras até o fim deste mês. "O presidente da Funai esteve aqui pessoalmente, há três meses. A Fundação já mandou um grupo para fazer um estudo prévio. Depois deste é que se vai saber o posicionamento a seguir". Cid Gomes foi enfático ao reafirmar que não acredita existir em Anacé cultura, tradição e costumes indígenas - requisitos constitucionais para demarcação de terras desta população. "Com todo respeito à questão indígena, aquela é uma área com padrões culturais e econômicos absolutamente ocidentais. Eu não enxergo cultura indígena ali", reforçou.

Para o governador, não há alternativa para escolher outra área de implantação da refinaria. O terreno, disse, foi determinado pela proximidade com o Complexo Industrial e Portuário do Pecém. "Você não consegue mudar um porto de local. Um terminal no qual já foram investidos cerca de R$ 1,5 bilhão em estrutura", argumentou.

Estaleiro

O chefe do Executivo cearense voltou a afirmar que prefere não se pronunciar sobre a possível localização de um estaleiro no Titazinho. "Como é que pode você ficar discutindo sobre uma coisa que nem existe? Faz sentido isso? Nós temos tanto problema real, problema de fato, problema objetivo, problema de ontem, problema da trasanteontem e ficar especulando sobre uma coisa que não existe? Sinceramente, eu não vou falar sobre isso", afirmou.

Segundo Cid Gomes, há um tempo atrás, um grupo procurou o governo - o PJMR, mesmo consórcio que constrói o estaleiro Atlântico Sul, localizado no Porto de Suape, em Ipojuca, Pernambuco. "Nós fizemos uma reunião: Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, organizações de empresários, Banco do Nordeste - e todos entenderam que é importante um estaleiro. São empregos e a gente precisa muito de empregos". O governador reiterou que se pronuncia, caso o PJMR vença o leilão da Transpetro para construção de navios de médio porte, cujas empresas podem participar sem ainda terem um empreendimento físico, no caso, o próprio estaleiro.

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