quarta-feira, 4 de julho de 2012

VEREADORES DE FORTALEZA RECUAM SEUS SALÁRIOS PARA R$ 11.000




A Câmara Municipal de Fortaleza aprovou, na manhã de ontem, por 22 votos a favor e 12 contrários, o reajuste de 28% para o subsídio dos vereadores da Capital, a partir de janeiro do próximo ano, quando assumirão os novos vereadores eleitos no próximo dia 7 de outubro. A mudança corresponde ao índice percentual de aumento dos servidores da Casa nos últimos quatro anos, com o valor do salário dos vereadores passando de R$ 9,2 mil para R$ 11.888,64.

Os vereadores, segundo a Constituição Federal, devem aumentar os subsídios a cada legislatura para entrar em vigência na seguinte. No caso de Fortaleza, os vereadores poderão ganhar até 75% do que recebem os deputados estaduais.




Protestos


Depois de muito bate boca e protesto, os parlamentares recuaram com a proposta inicial, que previa um aumento de 63%, e aprovaram uma emenda substitutiva de autoria de Adelmo Martins (PR) optando pelos 28% finais. Mesmo com a redução do valor do reajuste, a votação da matéria foi realizada sob fortes vaias de manifestantes presentes na galeria da Casa arregimentados através das redes sociais.

As críticas a matéria partiram principalmente da suplente de vereadora Toinha Rocha (Psol), que chegou a apresentar documento que autoriza a Mesa Diretora da Casa a descontar de seu salário, caso eleita nas eleições deste ano, o aumento aprovado pelos vereadores. As propostas foram levadas a votação sob olhar de manifestantes que lotaram a galeria do plenário. 



Eles protestaram contra o reajuste. Com palavras de ordem e cartazes, cobraram “pra vereador, salário de professor!”. 

Repercussão 



"Nem tudo que é legal é moral. Um aumento de 28% representa o favorecimento de uma minoria, enquanto uma grande maioria da população sofre com baixos salários", atesta a parlamentar Toinha Rocha (Psol), que substitui João Alfredo em sua licença. Ela classificou o aumento do subsídio dos vereadores como "imoral" e excessivo. Outros que rejeitaram a proposta foram Eron Moreira (PV) e o líder da oposição da Casa, Plácido Filho (PDT).



Na manhã de ontem, diversos manifestantes compareceram a Casa, após organização promovida nas redes sociais. Usando apitos e megafones, os jovens criticavam o aumento, sobretudo a opinião de Acrísio Sena, que teria dito, na semana passada, que o aumento dos vereadores não seria "imoral".

Cargos

Além do aumento dos vereadores, o plenário da Câmara aprovou ainda uma mensagem da prefeita Luizianne Lins propondo a criação de cinco cargos na Secretaria de Finanças do Município. Entre as posições criadas, está o cargo de secretário executivo da Pasta.

Os vereadores agora vão procurar limpar a pauta em razão do início do recesso parlamentar de meio do ano e a campanha eleitoral quando, quase todos eles estarão tentando um novo mandato legislativo. 



Retirar manifestantes?
Depois de muito debate e manifestações contra a votação, a vereadora Toinha Rocha, do Psol, alertou aos demais parlamentares sobre uma possível ameaça de retirar os manifestantes do plenário. O presidente da Câmara, vereador Acrísio Sena (PT), reagiu negando a intenção de esvaziar a galeria.
“Não vamos criar o fato político, que é o sonho de muitos que estão aqui, por meio da violência” ironizou, para, em seguida,  concluir afirmando:  “vocês (manifestantes) podem rasgar as guelas que nós vamos votar hoje, vamos votar hoje!“, disse Acrísio Sena.
(Fonte: DN)

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